Júlio Resende, sem título, 1952 |
Remota
Primavera dança dentro
dos
meus olhos cerrados, no ardor
daqueles
dias sem nome e nas noites
tocadas
pelo vento cru do sangue.
Entardece
o esplendor daquelas horas
varado
pela espada da cegueira.
Uma
sombra trespassa o coração.
As
palavras refluem no silêncio.
Danço
na noite pálida do sangue
e
ergo a Primavera na fogueira
dum
jogo de palavras sem pudor.
Levanta-se
a espada dessas horas.
Trespassado
e vil, o corpo cai
sem
amparo na fenda fria da noite.
Abril de 2024
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