Artur Bual, Hoje VI, 1965 (Gulbenkian) |
terça-feira, 5 de novembro de 2024
O sal do silêncio (119)
domingo, 3 de novembro de 2024
A memória do ar (35)
António Areal, Opus n.º 59, 1963 (Gulbenkian) |
sexta-feira, 1 de novembro de 2024
Ofício de Outono (6)
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
Geometrias de fogo (35)
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
A sombra da água (35)
John Ruskin, A River in the Highlands, 1847 |
sábado, 26 de outubro de 2024
Ofício de Outono (5)
quinta-feira, 24 de outubro de 2024
O Espírito da Terra (35)
Daniel O'Neill, Returning home, 1956 (Gulbenkian) |
terça-feira, 22 de outubro de 2024
Haikai do Viandante (439)
Ana Hatherly, Palma de Maiorca, 1958 (Gulbenkian) |
Sob o céu cinzento
paisagens de azul e verde.
Árvores e vento.
domingo, 20 de outubro de 2024
Ofício de Outono (4)
Camille Corot, Italian lanscape near Marino in Autumn, 1826-27 |
germinou a semente do outono
as folhas caem
um frémito na fronteira da
tarde
vieram intermitentes as chuvas
tocam as ruas da cidade
abrem sulcos no cenário da
memória
uma música estelar desprende-se
da harmonia dos céus
ilumina o silêncio da alma abandonada
Outubro de 2024
sexta-feira, 18 de outubro de 2024
Histórias sem nexo 32. Cenas
Candido Portinari, Fumo, 1936 (Gulbenkian) |
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
Impressões 122. Sombras do passado
António Soares, sem título, 1940 (Gulbenkian) |
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
Ofício de Outono (3)
Gregorio Prieto Muñoz, Aranjuez, 1918-1919 |
deixo-me levedar ao sol da manhã
cresço para o esquecimento
ou para a vereda da eternidade
a música das glicínias abre o
jardim
caminho ao ritmo das flores
e bebo a água azul dos poços
os dias são agora uma oração erguida
sobre os abismos da noite
e os sonhos cegos da madrugada
Outubro de 2024
sábado, 12 de outubro de 2024
Meditação breve (199) O saber do fogo
Carlos Calvet, sem título, 1967 (Gulbenkian) |
quinta-feira, 10 de outubro de 2024
Câmara discreta (23)
Alfred Eisenstaedt, Couple in Penn Station sharing farewell embrace before he ships off to war during WWII, 1943 |
terça-feira, 8 de outubro de 2024
Ofício de Outono (2)
domingo, 6 de outubro de 2024
Signo sinal 22. Anunciação
Fernando Calhau, sem título #375 (Gulbenkian) |
sexta-feira, 4 de outubro de 2024
Micronarrativa (69) Esboço
Ralph Gibson, The Sketch, 1975 |
quarta-feira, 2 de outubro de 2024
Ofício de Outono (1)
Caspar David Friedrich, Autumn, 1826 |
são os silêncios do outono
a súbita água
na ânsia da aurora
folhas despedem-se
do rumor dos ramos
abrem-se no húmus da terra
os pássaros partiram para o sul
levam na vertigem do voo
a sombra do verão
Outubro de 2024
segunda-feira, 30 de setembro de 2024
O sal do silêncio (118)
sábado, 28 de setembro de 2024
A memória do ar (34)
E. F. Withmore, Black Brook Notch, 1890 |
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
Geometrias de fogo (34)
Van Gogh, Pollard Willows with Setting Sun, 1888 |
terça-feira, 24 de setembro de 2024
A sombra da água (34)
Luís Noronha da Costa, Mar Português, 1982 (Gulbenkian) |
domingo, 22 de setembro de 2024
O Espírito da Terra (34)
Maria Benamor, A Memória e o Sonho, 1971 (Gulbenkian) |
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
quarta-feira, 18 de setembro de 2024
Impressões 121. Cidade branca
José Júlio Andrade dos Santos, Paisagem (A Cidade Branca), 1951 |
Uma cidade parada sob a noite, maculada pelas sombras que lhe trarão o negro dos sonhos e a ânsia pelo despontar da aurora, para que, rua a rua, casa a casa, recupere a brancura ancestral, a pureza de virgem que o passar do dia ocultou no véu lutuoso de um crepúsculo moribundo.
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
Sonetos de Verão (12)
Carlos Calvet, sem título, 1967 (Gulbenkian) |
Regressou de rompante o Verão.
Crescem fogos, florestas a
arder
contaminam os corpos, e as
almas
frágeis urdem severos
desesperos.
Tudo arde na viva luz da tarde,
as imagens passadas resplandecem
no futuro a vir, no presente
ávido
de encontrar o caminho
destinado.
Um suspiro final, pura vingança
feita fogo e fumo, as frias
cinzas
do Outono a chegar enlouquecido.
Sem destino, os corpos em vão
buscam,
no incêndio da noite, as almas
puras
que lhes cabem na senda da
floresta.
Maio de 2024
sábado, 14 de setembro de 2024
Meditação breve (198) Aldeia
Francis Smith, Largo de aldeia (Petite place au Portugal), 1954 (Gulbenkian) |
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
O sal do silêncio (117)
Querubim Lapa, sem título, 1948 (Gulbenkian) |
terça-feira, 10 de setembro de 2024
Signo sinal 21. Natureza
Lucien Clergue, Maïs, Camargue, 1960 |
domingo, 8 de setembro de 2024
Sonetos de Verão (11)
León Kossoff, Christ Church, Spitafields, Summer, 1990 |
Caminhamos no sulco que outrora
foi rasgado na terra em
silêncio
pelas mãos de quem veio antes
de nós
e nas sombras do Estio se
recolheu.
Murmuramos os nomes e tecemos
com a voz litanias e orações.
Damos graças e vamos pela senda
que se abriu na memória
descerrada.
Devedores, colhemos flor e
fruto.
Devedores, clamamos as
vitórias.
Devedores, erguemos o espírito.
Somos sombras de sombras mais
antigas.
Mortas, guiam os nossos passos
rudes
nos caminhos por elas lacerados.