quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Arqueologias do espírito 19

Eugène Atget, Eclipse, 1911

Antes de ser a ocultação de um astro, o eclipse foi sinal enviado pelos astros. Abriu no coração dos homens o caminho que leva das coisas manifestas às ocultas. Se algo que se conhece, ainda que seja por um conhecimento distante, embora tecido na convivência dos dias, pode esconder-se, então é provável que muitas sejam as coisas encobertas aos olhos humanos. Uma demanda sem fim começou então. Não em busca do que se vê, mas do invisível, daquilo que, continuamente, é objecto e sujeito de um eterno eclipse.

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