Eduardo Nery, Escadas, 1970 |
O uso
da escada terá sido antecedido pelo recurso a outros objectos que lhe fizeram a
vez. No entanto, ela inscreve-se como um símbolo arquetípico no espírito
humano. Nela se combina o impulso para ascender e a sabedoria tácita do
esforço. Capturado no corpo, preso à terra, envolto nas necessidades da carne,
o homem transporta no fundo de si a necessidade de se elevar. Uma experiência
muito arcaica ter-lhe-á mostrado que, não sendo ave, só o poderá fazer degrau a
degrau, numa escada sem fim.