Paul Signac - Au temps d'harmonie (1894)
Talvez o maior anseio do coração do homem, mesmo daquele que se transviou por complete das normas da sociabilidade humana, seja o retorno a uma vida de harmonia, o retorno ao paraíso perdido. A modernidade sonhou, através das diversas utopias que foi criando, esse paraíso. Sonhou-o de forma impaciente e febril, sonhou-o como se ele dependesse do engenho e da indústria dos homens. Esse sonho tornou-se pesadelo. As utopias deram lugar a distopias e a harmonia sonhada, aos piores conflitos da triste história humana. Talvez a harmonia não seja algo que caiba ao homem, talvez, e em alternativa, o caminho para esse harmonia não passe pelas realizações exteriores, mas pela procura de um centro interior onde entremos em harmonia connosco e, a partir daí, com os outros.
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