quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O corpo solitário

Mario Sironi - Solidão (1925-26)

Não é na face que apreendemos a solidão. No rosto, podemos descobrir a amargura, o desespero e, acima de tudo, o ressentimento para com a vida. Mas amargura, desespero e ressentimento ainda são formas comunicacionais, ainda pressupõem um outro a quem se dirigem, seja como censura, seja como pedido de auxílio. O corpo, porém, é o lugar da solidão, onde ela se manifesta e se torna dor. A dor de não ser partilhado.

2 comentários:

  1. Pois a partilha do corpo, pode ser algo, dependente de intrincadas objeções de ordem educacional, religiosa, morfológica, etc., porque a partilha do corpo, pressopõe à partida, a total abertura da intimidade do ser, acompanhado da entrega incondicional dos sentidos, exigindo a completa confiança.

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  2. Pode ser, no entanto e será o pior, um corpo que ninguém quer partilhar, alguém a cuja intimidade ninguém se quer entregar ou mesmo possuir.

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