Filippo Tommaso Marinetti - Action (1915-16)
A acção tornou-se, com a Modernidade, o elemento central da cultura ocidental. Foi ela que, juntamente com a ciência, permitiu o espantoso desenvolvimento técnico e as formas de vida civilizada que são as nossas. Foi esse triunfo da acção que permitiu a glória de uma forma artística como o romance ou, mais tarde, o cinema. A acção com os seus resultados tem, todavia, um brilho tão intenso que não nos permite perceber que existe, para além dela, um reino que é tão ou mais importante para o homem quanto o é o da acção, o reino da contemplação. Esta não é uma mera suspensão do movimento e da mobilização das nossas forças. Contemplar não é tão pouco pensar, ainda uma forma de agir. Contemplar é um tornar-se presente, em silêncio, perante o mistério da vida e do ser. E foi este espaço silencioso onde o sentido se torna presente que a acção matou. Foi o silêncio da presença que desapareceu.
Para preencher o silêncio da presença inventou-se o «crescimento»...crescer, crescer, para formoso ser...
ResponderEliminarSim, inventamos sempre qualquer coisa para nos distrair do essencial.
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