quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Do verdadeiro encontro

Edvard Munch - Meeting (1921)

Os verdadeiros encontros são sempre inesperados, acidentais, filhos do acaso. Mas depois de acontecidos, logo se repara que os regeu não o indeterminismo mas a pura necessidade. Mais uma vez deslizamos na pura contradição. Os verdadeiros encontros preparam-se em nós, sem que saibamos o que está a ser preparado, sem que saibamos o que nos espera, sem que saibamos o que deveríamos sequer esperar e encontrar. Não há nada mais secreto que um verdadeiro encontro, embora não haja nada mais cristalino que os verdadeiros encontros.

2 comentários:

  1. Neste caso, anula-se a concessão do livre arbítrio...

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    1. Não obrigatoriamente. Esta é uma necessidade construída a posteriori. Eu diria mesmo que ela nasce da mais pura liberdade. mas como se diz, está-se na pura contradição. Num progresso infinito, a necessidade e a liberdade coincidem, como desconfiava Kant. Ou há aquilo que Nicolau de Cusa chama a coincidência de opostos.

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