150. ESPERO
sento-me e espero
a noite a luz
essa voz
o clamor do frio
no deserto
da tarde
espero
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
Poemas do Viandante
149. SILÊNCIO
aquela beleza vinha
breve como um incêndio
o vento ardia
e nos campos
a cotovia cantava
no alpendre do silêncio
aquela beleza vinha
breve como um incêndio
o vento ardia
e nos campos
a cotovia cantava
no alpendre do silêncio
sábado, 8 de janeiro de 2011
Poemas do Viandante
148. VER
ali ficava
a ver o mar
a saia a ondular
batida pela areia
por vezes
inclinava-se
tocada pela inocência
outras
dizia algumas palavras
então as ondas adormeciam
na planície azul
onde setembro
se afastava
ali ficava
a ver o mar
a saia a ondular
batida pela areia
por vezes
inclinava-se
tocada pela inocência
outras
dizia algumas palavras
então as ondas adormeciam
na planície azul
onde setembro
se afastava
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Poemas do Viandante
147. SENTADO
todas as tardes
vinhas com prenúncio
de anoitecer
sentado
esperava a água da fonte
um murmúrio no jardim
o vento que soprava
quando queria
todas as tardes
vinhas com prenúncio
de anoitecer
sentado
esperava a água da fonte
um murmúrio no jardim
o vento que soprava
quando queria
domingo, 2 de janeiro de 2011
Poemas do Viandante
146. FLOR
havia entre as flores
uma sem nome
ali abrigava-se
a esperança
se chovia se nevava
se a noite vinha
sobre o dia
era sob ela
que alguém cantava
havia entre as flores
uma sem nome
ali abrigava-se
a esperança
se chovia se nevava
se a noite vinha
sobre o dia
era sob ela
que alguém cantava
sábado, 1 de janeiro de 2011
Deus
Deus. Terrível palavra onde escondemos as nossas cobardias. Máscara onde se ocultam traições. Quando chegará a hora onde o coração puro não precisará de tal palavra? Agora, o viandante virou hereje? Mas não será a maior das heresias fazer de Deus um vocábulo, essa capa onde o coração se dissimula?
Poemas do Viandante
145. ASSOMBRO
não sei do assombro
outra morada
apenas essa
onde te escondes
e chamas pelo meu nome
como se nele
residisse a sombra
ou o fogo que arde
no deserto
ao entardecer
não sei do assombro
outra morada
apenas essa
onde te escondes
e chamas pelo meu nome
como se nele
residisse a sombra
ou o fogo que arde
no deserto
ao entardecer
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Poemas do Viandante
144. OLHAR
pouso a mão
sobre o tampo da mesa
e deixo deslizar pelo pânico
o olhar que se abre
no coração
a terra fria e desolada
queima-me os olhos
e como um grito
que cruza a noite
desagua na folha curva
o rumor da solidão
pouso a mão
sobre o tampo da mesa
e deixo deslizar pelo pânico
o olhar que se abre
no coração
a terra fria e desolada
queima-me os olhos
e como um grito
que cruza a noite
desagua na folha curva
o rumor da solidão
domingo, 19 de dezembro de 2010
Poemas do Viandante
143. INCÊNDIO DE PEDRA
um incêndio de pedra
adormeceu na seda
onde a noite se cobria
um arcanjo cantava
para que do fogo
viesse lento o dia
um incêndio de pedra
adormeceu na seda
onde a noite se cobria
um arcanjo cantava
para que do fogo
viesse lento o dia
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