sábado, 9 de março de 2019

O sal do silêncio (7)

Herbert Boeckl, Allée II, 1919

Imagino ouvir o canto das cigarras, mas são apenas sílabas ociosas que retinem nos meus ouvidos, pedaços de som perdidos na vinha agreste do silêncio, uma mão cheia de terra que se atira para o olival. A noite desce sobre o meu peito e, a compasso, o coração cúmplice bate ao som do canto que as cigarras sibilam no sumptuoso palácio da fantasia.

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