Leo Matiz, Frida Kahlo tomando el sol,1941
Conheceu-a
bem, julgo. Talvez o dia mais memorável da minha vida foi aquele em que ela se deitou
ali mesmo. Está a ver a sombra da árvore? Foi aí. O sol banhava-a e ela
resplandecia. O vento levantava-lhe o vestido. Não tinha qualquer peça de lingerie, apenas a pele. Esplêndida.
Confesso que a desejei. O que me assombrou não foi a beleza do rosto nem o
corpo magnífico que vento descobria. Foi a sua partida. A certa altura, pôs-se
de cócoras, o vento enfunou-lhe o vestido e, pode crer, este transformou-se em asas
enormes e cintilantes. Estremeci, maravilhado. Então, ela levantou voo e
desapareceu atrás das nuvens. Era uma cegonha.
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