Manuel Casimiro, Estrutura, 1970 (Gulbenkian) |
Pensemos como pensa um deus ocupado a extrair do nada um mundo. O que colocará ele nesse limiar onde o nada bordeja o ser? O que será decisivo para que exista alguma coisa e não coisa nenhuma? O deus pensa que esse ponto inicial da existência é uma certa disposição que acolherá tudo o que vier e o que vier mover-se-á no horizonte dessa disposição inicial. A isso chamamos nós, talvez influenciados ainda por um eco longínquo do pensamento desse deus furtivo, estrutura. Dela tudo depende, pensamos, pois está nessa fronteira indecisa que separa, unindo, aquilo que é e aquilo que não é.
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