terça-feira, 16 de agosto de 2022

Câmara discreta (14)

Edouard Boubat, Ile Saint-Louis, Paris, 1975

Sem reprovação, a velha freira afasta o olhar para lugar indeterminado, enquanto o jovem leitor mergulha na trama narrativa de um romance. O amor dos outros é coisa que os deixa indiferentes. Só a câmara se entrega à contemplação do beijo indiscreto, para o fixar e, ao fazê-lo entrar na pequena eternidade humana, torná-lo na discreta memória de um amor de ocasião.

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