Gjon Mili, Stroboscopic image of ballerina Nora Kaye leaping. 1947 |
A
primeira vez que a vi foi numa fotografia estroboscópica, onde o seu corpo se
decompunha numa multiplicidade indefinida de imagens. A técnica permite muitas
coisas, das quais nunca se imagina a realidade. Conheci-a num grupo de amigos
dados às artes. Os dias passaram e acabámos comprometidos. Daí ao casamento foi
um curto passo. Infelicidade ou cansaço não serão as palavras adequadas.
Passados alguns meses descobri que a fotografia que me atraíra era falsa. Não
era uma ilusão mas a própria realidade. Ela era muitas. O sonho de qualquer
homem? Duvido. Casei com uma mulher e agora tinha um harém em que todas as
minhas mulheres eram a mesma, que continuamente se multiplicava.
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