terça-feira, 5 de maio de 2020

A Sarça Ardente - 18

Ana Peters, Homenaje C.D.F., 1995-98

As paredes florescem de dor,
se o sol da manhã
as toca com lanças de silvas e sargaços.

Uma mulher caminha presa na sombra
e leva nos dedos anéis
roubados ao ardor da aurora.

Extenuado, hesito na vereda a seguir
e recolho-me na gruta da tarde.
Pego no tear do tempo e teço as túlipas do Verão.

Março de 2020

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