Hermen Anglada-Camarasa - As opalas (1904)
Não sei se as sonhei. Há muito que não distingo sonho e realidade. Não é esta o fruto do nosso desejo ou do nosso temor? Sentava-me na varanda e olhava a floresta. Apaziguava-me. Uma noite distingui algumas configurações luminosas, uma luz leitosa com reflexos irisados. O fenómeno repetia-se em noites de lua-nova. Inquieto, decidi ver o que era. Quando me aproximei, descobri seis estátuas femininas. Não soube identificar o material. O coração tremeu ao não perceber de onde vinha a luz que as iluminava. Quando toquei na primeira, ela disse: os teus olhos iluminaram-nos, agora os teus dedos dão-me vida. Escolheste-me.
Sem comentários:
Enviar um comentário