terça-feira, 23 de setembro de 2014

No fluir da existência

JCM - Humanitas XI (2014)

Deixai vir a mim as crianças, não as impeçais, pois o Reino dos céus pertence aos que se tornam semelhantes a elas (Mateus 19:14).

Que semelhança deve o homem buscar para que se torne como as crianças? Não mentem as crianças? Não fazem elas o mal e, por vezes, de forma tão terrível? Por certo, e apesar do nosso tempo divinizar a moralidade da criança, não será a mentira, o egoísmo e o mal presentes em todas as crianças que os homens são convidados, por Cristo, a emular. Os homens são incitados a devir crianças para que, como elas, se entreguem livremente ao fluir da existência, reaprendam a ingenuidade de dançar, sem ideias preconcebidas ou metas a atingir, com os elementos da vida. São intimados a abrirem-se perante o mistério das coisas como o fazem as crianças. No versículo de Mateus não está em questão uma moralidade mas um modo de ser, uma forma de entrega à existência.

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