João Queiroz, sem título, 2005 (Gulbenkian) |
A ardência do dia cobre de fumo
o silêncio sombrio das
avenidas,
o restolho das ruas rudes e
sujas,
o espaço aberto destas praças.
Cavaleiros sem nome regressaram,
trazem velhas memórias
fabricadas
nos rumores do tempo e nos fogos
pela morte feroz então acesos.
A cidade descobre-se perdida
num Verão insensato, num
delíquio
de donzela cativa na inocência.
As muralhas da velha praça-forte
zumbem, pálidas, negras pelos
anos.
Cavaleiros a morte aguardam.
Agosto de 2024