João Queiroz, sem título, 1999 (Gulbenkian) |
Morre a Primavera no calor
desvairado de Junho, nestes dias
sem nome, sem grandeza, nesta hora
onde os anjos se calam temerosos.
Em silêncio, o sol chegou irado,
exausto pelos dramas concebidos
na caverna escura onde o mal
germina como erva impiedosa.
Retiram-se os anjos para longe,
procuram o jardim onde as águas
correm entre a noite e a luz.
A cidade esconde-se nas sombras,
enquanto o mal trabalha sem sossego,
invade as avenidas, nasce o caos.
Junho de 2024
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