Alfred Sisley, Bank of the Seine in Autumn, 1876 |
Como um
pássaro já ferido canto
uma canção
feita silêncio e dor.
Oiço o ritmo
ancestral na fímbria
das folhas secas,
no vazio da alma.
Trago em mim
cada Outono vivo,
cada Outono
preso aos dias passados,
ao
calendário feito de erva fresca
e de
memórias para sempre mortas.
Deixo que o
ser na luz se revele livre,
na liberdade
do mistério aberto
como um
livro de orações sagradas.
Vou pela
estrada sem destino claro,
sem o fulgor
dos dias de Estio, acesos
no
esquecimento do ardor da noite.
Dezembro de 2023
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