Jorge Molder, O Pequeno Mundo, 2020 (Gulbenkian) |
Em cada momento, o homem, qualquer ser humano, encontra-se suspenso do eterno movimento do devir. Não é que o que era e não é o que será, mas apenas duas negações, pois o limiar é ponto onde essas negações se suprimem e se transformam numa afirmação que dura a eternidade de um instante. Visto pelos olhos da humanidade, esse homem, cada ser humano, é um ser indeciso, cujos contornos, a que falta a nitidez da decisão, não são mais do que as fronteiras porosas por onde os raios do tempo passam. Visto por olhos divinos, a sua imprecisão surge como a marca rigorosa da finitude com que se atormenta.
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