Chas. A. Hellmuth, Study of Miss A., 1921 |
Lembro-me muito bem dela. Como poderia ser de outra maneira?
O rosto transbordava de melancolia, o que não deixava ninguém indiferente. Não
havia rapaz que não estivesse apaixonado por ela. Acabou por casar com um janota
- hoje ninguém usa essa palavra, eu sei -, um daqueles homens inconstantes,
quase femininos na preocupação com a aparência. Conquistou-a ao oferecer-lhe
uma flor. Ela pegou nela, encostou-a ao coração e rendeu-se. Ele abandonou-a
passados alguns meses. O que lhe aconteceu, pergunta-me. Não sei muito bem. Há
quem diga que foi para outra cidade e que todos os dias compra uma flor que
encosta ao peito, enquanto passeia melancólica com ar ausente. Não sei se é
verdade.
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