Jesús de Perceval - Nu (1960)
441. Nos dias em que o vento declina
Nos dias em
que o vento declina
e uma sombra
toma conta do rosto,
a noite
chega envolta de névoa
e cai-te sediciosa
sobre o corpo.
A vida
envelhece tocada pelo frio
e da casa
restam os dias caídos,
uma velha
promessa por cumprir,
o coração ressequido
pelo desejo.
Já não há
como conjurar o terrível
e erguer da
terra o que tombou.
Olho-te no
engano do espelho
e deixo a
minha mão poisar na tua.
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