Albert Gleizes - Catedral (1912)
Pergunto-me muitas vezes o que motivará o poderoso fascínio que as catedrais exercem sobre o espírito. Não será uma motivação religiosa de carácter cultual ou de natureza estético-arquitectónica. Tudo isso, sendo importante, suporta uma outra coisa. Suporta uma imagem de imobilidade que se dirige ao espírito através da densidade da pedra. Para o viandante, a catedral simboliza, por instantes, o fim do caminho. Não daquele que o levou até ela, pois esse será, passada a imersão do espírito na imobilidade ali simbolizada, retomado, mas do caminho que conduz ao centro onde todos os caminhos se reúnem e dissolvem.
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