Há épocas de pura dissipação. O espírito vagueia incapaz de tomar um rumo, e o corpo fica prisioneiro desse espírito débil e inconstante. Tudo se dissolve e nada de produtivo, seja em que âmbito for, é gerado. O espírito parece perdido no espelho, num exercício de narcisismo sem fim. Depois, mais uma vez, há que voltar para a pobreza essencial, para o vazio de si, e esperar que uma graça devolva espírito e corpo à vida. Esse exercício de humildade, muitas vezes, só parece possível por um longo período de humilhação, no qual nos comprazemos nas pequenas ilusões que capturam a consciência e aniquilam a atenção ao essencial.
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