quarta-feira, 24 de junho de 2020

A Sarça Ardente - 23

Francisco Suñer, Cabeza azul, 1984

Fantasio dias de sol tolhidos
no labirinto da luz.
Sombras furtivas descem
e traçam sinais
na verdura dos caminhos.

Mulheres azuis pelas rua,
trazem nos seios
o desejo que me incendeia,
promessa de água
na cornucópia do vento.

Recordo-me das primeiras letras.
Escrevo-as rente à noite
e espero nelas
a revelação de um nome
no silêncio do teu silêncio.

Abril de 2020

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