Irving Penn, Woman with Roses on Her Arm, 1950 |
Naqueles dias em que o mundo, depois de ter desabado, parecia ter um futuro pela frente, ela era a mais elegante das mulheres da roda em que vivíamos. De certa maneira, todos os homens a cortejavam, uns mais exuberantes, outros mais dissimulados. Ela sorria. Nunca a cortejei, mantive dela uma certa distância, escudado numa formalidade já inabitual naquele tempo. Um dia estava ela no vão de uma janela do clube que frequentávamos e o sol iluminava-a de uma forma estranha. Estava belíssima. Cheguei perto dela, olhou-me e sorriu. Perguntei-lhe sem mais se queria casar comigo. O braço dela floriu quando o toquei com os meus dedos. As crianças que ali vê a brincar são as nossas netas.
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