Kurt Hielscher, Parsberg castle, Germany, 1931
Era filha única e a mais bela rapariga da região, se não
mesmo do país. Pretendentes? Não lhe faltavam, mas foram todos rejeitados.
Nunca se soube se a rejeição nascia dela ou da intransigência do pai. Correm as
duas versões. No dia em que fez dezoito anos fechou-se na torre, na da direita.
Nunca mais de lá saiu. Uma criada servia-a. Passava os dias à janela. Quando o
pai morreu, nada se alterou a não ser que, passados dois anos, parece ter-lhe
nascido uma criança, uma rapariga. Como? Não se sabe. Desde a morte do pai que
nenhum homem foi visto no castelo. A criança? Olhe para a janela da outra
torre. Está lá desde que fez dezoito anos, precisamente no dia da morte da mãe.
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