Milton Greene, Marilyn Monroe, 1953
Todas
as histórias que se contam sobre a sua morte são apócrifas. Servem para serenar
a razão e tranquilizar os súbditos. Eu vi como tudo aconteceu. Como sempre, ela
estava vestida de negro. Naquela noite, ao contrário do hábito, não deambulou
entre os presentes, nem dançou. Sentou-se no chão descalça. A parede de vidro
deixava perceber a noite cerrada sem lua nem estrelas. O que se via do seu
corpo era luminoso. Fiquei fascinado. Não era o único. O fascínio, porém, logo
deu lugar ao sobressalto quando ela começou a perder o brilho. Depois,
sobreveio a comoção. Corremos para ela. Não estava morta nem viva. Tinha-se
apagado, literalmente.
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