José Balmes - Desperdícios (1984)
A sociedade do consumo em que vivemos é, ao mesmo tempo, uma sociedade do desperdício. O problema do desperdício não está na sua irracionalidade económica ou na injustiça que pode haver na existência de um superabundância, que exige que se deite fora o excesso, ao lado de formas extremas de carência. O problema central do desperdício reside na aniquilação que ele supõe do espírito, pois tudo o que o homem faz, seja qual for a forma como isso é feito, é uma emanação e um investimento do espírito. Desperdiçar é, deste modo, retirar sentido ao que o espírito concebe e tornar a actividade espiritual um absurdo.
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