Albano Vitturi - Bosco (1940)
Por vezes, sentava-me à sombra de uma daquelas árvores. Gostava do silêncio do bosque, da solidão que o habitava. Muito tinha ali brincado na infância. Dormia um pouco e depois voltava para casa. Uma tarde, porém, adormeci profundamente. Quando acordei, uma criança puxava-me pela gola do casaco. Senti-me velho e desmazelado. Devia cheirar mal. À minha volta não havia árvores, o bosque desaparecera e eu estava encostado à parede de um enorme prédio. A criança não parava de me puxar e, o que me aterrorizou, era singularmente parecida comigo quando tinha a sua idade. Não, não me pergunte quanto tempo dormi.