Nicolas de Staël - O Pão (1955)
A natureza sagrada do pão não deriva da Última Ceia e da instituição da Eucaristia por Cristo. Diria antes que essa instituição foi feita porque o pão era já um símbolo sagrado. Nele se conjugava a vitória da humanidade sobre a dura necessidade natural e a descoberta de uma liberdade que eleva o homem acima da natureza. O pão era, na verdade, sentido como um verdadeiro milagre, uma dádiva, um dom, o qual não poderia ser a criação de um mero animal mesmo racional. A racionalidade era sentida como a capacidade de acolher o dom e não de o criar por si mesmo.