László Meitner, Inverno em Paris (Gulbenkian) |
o bramar das
aves negras de Inverno.
São
presságios, são auspícios sem luz.
Uma carta
tão fechada na noite.
Dança a
chuva nas paredes das casas
destelhadas
pelo vento do norte.
Dança a
velha soberana no paço
carcomido
pela morte das rosas.
Uivam lobos
nas montanhas sem neve.
Grasnam
corvos nas ramagens despidas.
Rugem homens
esquecidos na cidade.
Nas
gargantas das mulheres exaustas,
os murmúrios
de um amor desprezado
a poeira
sulfurosa os sufoca.
Dezembro
de 2023