Amadeo de Souza-Cardoso, Janellas e postigos, 1914 |
O espírito é um exímio construtor de fronteiras. A cada momento, delimita espaços, assinala estremas, tece linhas inultrapassáveis. Descontente, porém, com esse seu talento para conter a vastidão, entrega-se à tarefa de abrir fissuras no que tinha muralhado. A tentação do isolamento fecha-o, o medo da claustrofobia abre-o. Uma casa, da mais pequena e pobre ao grande palácio senhorial, não é mais do que esse jogo arquetípico de oclusão e abertura que assombra continuamente o espírito.
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