quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Poemas do Viandante
144. OLHAR
pouso a mão
sobre o tampo da mesa
e deixo deslizar pelo pânico
o olhar que se abre
no coração
a terra fria e desolada
queima-me os olhos
e como um grito
que cruza a noite
desagua na folha curva
o rumor da solidão
pouso a mão
sobre o tampo da mesa
e deixo deslizar pelo pânico
o olhar que se abre
no coração
a terra fria e desolada
queima-me os olhos
e como um grito
que cruza a noite
desagua na folha curva
o rumor da solidão
domingo, 19 de dezembro de 2010
Poemas do Viandante
143. INCÊNDIO DE PEDRA
um incêndio de pedra
adormeceu na seda
onde a noite se cobria
um arcanjo cantava
para que do fogo
viesse lento o dia
um incêndio de pedra
adormeceu na seda
onde a noite se cobria
um arcanjo cantava
para que do fogo
viesse lento o dia
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Poemas do Viandante
142. JUSTIÇA
as pétalas de seda
que atiravam sobre quem passava
o som dos tambores ao longe
a promessa nunca paga
do que somos cúmplices
ainda não o sabemos
enumeramos crimes
pétalas caídas
juras por cumprir
quando ele vier
saberemos o que nos cabe
o peso das nuvens
a leve misericórdia
que não merecemos
as pétalas de seda
que atiravam sobre quem passava
o som dos tambores ao longe
a promessa nunca paga
do que somos cúmplices
ainda não o sabemos
enumeramos crimes
pétalas caídas
juras por cumprir
quando ele vier
saberemos o que nos cabe
o peso das nuvens
a leve misericórdia
que não merecemos
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Poemas do Viandante
141. CORAÇÃO
se o coração pulsar
quando vier a noite
e assustado correr
batendo portas
riscando a giz e carvão
paredes ávidas de sinais
se o coração calar
a mágoa dessa ausência
o deserto de minha alma
quando espero e não vens
se assim se calar
ressoará ainda na terra árida
o exausto coração?
se o coração pulsar
quando vier a noite
e assustado correr
batendo portas
riscando a giz e carvão
paredes ávidas de sinais
se o coração calar
a mágoa dessa ausência
o deserto de minha alma
quando espero e não vens
se assim se calar
ressoará ainda na terra árida
o exausto coração?
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Poemas do Viandante
140. AMOR
a prova do amor
a longa noite
onde o corpo arde
e a terra crepita
sob os teus olhos
silenciosos
à luz da cítara
a prova do amor
a longa noite
onde o corpo arde
e a terra crepita
sob os teus olhos
silenciosos
à luz da cítara
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