quinta-feira, 28 de maio de 2009

Tristan und Isolde


Oiço agora a cena final de Tristan und Isolde, de Wagner. Como é possível que um homem tenha feito aquilo? Como na pura imanência se inscreve a absoluta transcendência? Ali, na mais funda contenção, desenham-se mil mundos possíveis, como se Deus descesse naqueles acordes e trouxesse a densidade da sua dor para a compartilhar connosco. A dor de Deus feita música, uma dor que chama por nós na noite negra, uma dor que abre o mundo à terna alegria.

1 comentário:

  1. Esse homem estava tocado pelos deuses, seja o que for que imaginemos ou concebamos que os deuses sejam. Especialmente ao compôr este final. L'amour à l'amour à la mort (Denis de Rougemont) na sua glória extrema. Perfeito. Avassalador. Sublime. Ouvia isto aos vinte e poucos anos. Deu cabo de todas as concepções comezinhas que tinha fosse sobre o que fosse. Felizmente.

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