Henri Fox Talbot - The Open Door (1844)
Nunca dedicamos a atenção devida à forma metafísica como estruturamos a vida quotidiana. Em todo o lado, o homem recria as transcendências, semeando os espaços com linhas divisórias que cindem a continuidade espacial em lugares diferenciados, o aqui e o além, o dentro e o fora, o imanente e o transcendente. Uma porta não é uma mera porta, mas o símbolo de uma secreta transposição que conduz o homem da imanência à transcendência. Passar a porta e ir ao outro lado é, também, ir a um lado outro, transcender-se, sair de si em direcção ao Outro, ao totalmente Outro.