Manuel Filipe, Inverno-Primavera (Homenagem à Sagração da Primavera de Igor Stravinski, 1978 (Gulbenkian) |
Chegou a Primavera sob um manto
de promessas eternas, um engano
que a todos encanta e abre à
vida.
Veio plena de luz e
sortilégios.
Crescem os dias, as noites
silenciam
os antigos terrores, todos
dançam
uma dança arcaica, rodopiam
sem parar na poeira fria do
tempo.
Vamos pela floresta do engano,
caminhamos na luz branca da vida,
presos aos sortilégios prometidos.
O silêncio da noite é um
bálsamo,
traz o esquecimento da poeira
onde o tempo germina a fria
morte.
Março de 2024
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