quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Câmara discreta (15)

George Platt Lynes, Fashion Photograph for Lord and Taylor, 1940
O rosto velado para que a câmara não se torne, na sua inocência culpada, indiscreta, pois tudo o que a alma esconde, a face torna manifesto. O corpo coberto para que os olhos apenas o adivinhem, pois não há visão mais aguda do que aquela que nasce do vaticínio. As mãos erguidas para que testemunhem a rendição ao momento em que a existência fugaz toca o limiar da eternidade, pois não há encontro mais perigoso do que aquele que reúne o ser efémero e a luz perpétua. 

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