quarta-feira, 27 de julho de 2022

Arqueologias do espírito 28

Benvenuto Benvenuti, Cipresse e colombe, 1914

Terá sido decisivo o encontro que colocou os seres humanos perante os ciprestes. Mais que outras árvores, em que a linha que une a terra ao céu se dispersa em ramagens perdidas no caminho, nos ciprestes tudo se conjuga para que o olhar não se afaste do alvo que deve desejar. Não admira que, em certos lugares, o cipreste se tenha tornado árvore de cemitério. Não porque haja nela alguma coisa de fúnebre, mas porque simboliza esse velho desejo humano de elevação muito para lá do território que o corpo, por lhe pertencer, não poderá deixar. Ciprestes são símbolos que indicam o caminho. 

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