terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Arqueologias do espírito 17

Gioacchino La Pira, Veduta di Capri al chiaro di luna

As águas retêm o murmúrio e deixam que o grande manto do silêncio cubra o mundo. Então, a Lua desce do seu pedestal etéreo e aproxima-se da Terra. A sua luz funde-se no silêncio. Quem, escondido e incógnito, observa o mistério não sabe se está perante um silêncio luminoso ou uma luz silenciosa, apenas abre o coração para que seja tocado pelo que acontece e os sinais desçam no seu ser, o revolvam e inscrevam nele o poder de caminhar sobre as águas e de discernir aquilo que é daquilo que não é e nunca será. 

2 comentários:

  1. Belíssimo, o luar reflectido na água.
    Hoje vi o nascer da lua cheia num tom muito semelhante a este mas sem água; cinco minutos depois já tinha sido engolida por ondulantes nuvens negras.
    Belíssimo também o texto.

    Boa noite, HV.
    🌕
    Maria

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    1. Muito obrigado. De facto é um luar esplêndido.

      Boa tarde, Maria

      HV

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