terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Chegar a casa

Gustave Guillaumet - El Desierto (1867)

Cheguei. Não temo o calor dos dias e o frio das noites? Não. Se procurasse abrigo e o conforto fosse fosse o fim, então ter-me-ia enganado e haveria razões para todos os tipos de temor. Cheguei sem esperar nada, sem pedir nada, sem querer receber coisa alguma. Deixei tudo para trás. Na verdade, não deixei grande coisa. Trouxe-me a mim, pois ainda não sei como me deixar também de lado. Contemplo a vastidão do deserto e sinto-me um grão de areia entre miríades de grãos de areia. Canto sob o sol e espero a noite. Cheguei a casa.

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