terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Na orla do bosque

Camille Pissarro - Lisière d'un bois (1879)

Estar na orla do bosque é permanecer na fronteira, nessa linha imaginária que separa dois mundos. Ali o viandante hesita, talvez tomado pelo pânico, talvez forçado pela tradição do cálculo. O que ganha e o que perde? O medo ou a interrogação retêm-no nesse lugar ensombrado. Terão mais força os velhos hábitos ou a voz que o chama conduzirá o seu desejo? É na fronteira, nesse espaço irreal, que os homens, indecisos, acabam por dissipar o tempo. Fugir ou adentrar-se no obscuro território que está para além da raia, eis o dilema onde a vida se dissolve.

2 comentários:

  1. A maior parte da humanidade prefere os limbos, a raia, a fronteira segura...não sei quanto tempo teremos dissipado nessas regiões, sem a coragem de voltar atrás ou de avançar...Portugal encontra-se nesse limbo actualmente e há muito, Fernando Pessoa já o sabia e avisou...É a Hora.

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