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| Man Ray, James Joyce, 1922 |
O modernista inclina a cabeça e recolhe-se. Pesa-lhe a gravidade do modernismo, atormenta-o o fluxo de consciência e não sabe o que fazer do tempo narrativo. Poderia fazê-lo explodir e criar uma narrativa sem tempo? Tudo nele se prende no ponto de vista da subjectividade, da perspectiva de um eu penso que corre atrás dos seus pensamentos, que, estilhaçados, borbulham na banheira gigante do cérebro. Ao diabo, o estilo único. O ideal seria um estilo diferente para cada frase ou, mesmo, para cada palavra, mas temos que nos contentar com uma variação estilística mais contida. O leitor não suportaria o excesso de realidade e a minha cabeça não pararia um instante até colapsar num universo impossível de habitar. Dói-me a cabeça de tanto modernismo.

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