Carlos Carneiro, sem título, 1970 (Gulbenkian) |
A realidade não é um presença constante, dela está ausente a placidez das coisas eternas. É uma aproximação lenta, um vir de longe, atravessando as areias dos desertos, as águas escuras e inóspitas dos oceanos, as florestas cerradas no dorso das montanhas. Aproxima-se como uma sombra, porque é morosa a procissão que tem de percorrer a partir do nada, elaborando-se em esboços sem fim, ganhando consistência no lusco-fusco dos dias, até que atravessa o limiar do mundo e encontra a carne que lhe cobre o corpo e nos faz exclamar eis a realidade viva.
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