Eugène Atget, Eclipse, 1911 |
Antes
de ser a ocultação de um astro, o eclipse foi sinal enviado pelos astros. Abriu
no coração dos homens o caminho que leva das coisas manifestas às ocultas. Se
algo que se conhece, ainda que seja por um conhecimento distante, embora tecido
na convivência dos dias, pode esconder-se, então é provável que muitas sejam as
coisas encobertas aos olhos humanos. Uma demanda sem fim começou então. Não em
busca do que se vê, mas do invisível, daquilo que, continuamente, é objecto e sujeito de
um eterno eclipse.
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