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sexta-feira, 2 de maio de 2014

A silenciosa escuta

Edward Weston - Near Neshanic, New Jersey (1941)

Por isso, Jesus, sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, retirou-se, de novo, sozinho, para o monte. (João, 6:15)

A solidão surge nesta passagem de João em contraponto não com a vida em comunidade mas com o exercício do poder. Aquilo que cabe a cada um de nós reger não é os outros homens mas a si mesmo. O poder é o lugar expressamente rejeitado por Cristo. Todos conhecemos a sua palavra: o meu reino não é deste mundo (João, 18:36). De onde é então o seu reino? Melhor do que uma resposta dada pelo hábito, será meditar o versículo em epígrafe. Ele dá-nos uma indicação essencial: ao rejeitar um reino, o reino humano de natureza política, ele indicou o caminho do outro, o caminho da solidão.  Trata-se de um estranho reino, cuja notícia apenas pode chegar pela silenciosa escuta na solidão, mesmo que essa solidão seja rodeada pela presença da comunidade.

quinta-feira, 20 de março de 2014

O lugar da solidão

Robert Doisneau - Rue des Ursins - Paris 4e (1945)

Somos demasiado sensíveis à definição aristotélica do homem como animal social. Não percebemos, todavia, que a verdade dessa definição oculta uma outra realidade humana, a sua solidão. Nesta não devemos ver apenas o abandono, mas a forma como o homem pode realizar tudo o que lhe é essencial. Só na solidão o homem é, na verdade, capaz de escutar a voz do outro. A própria sociabilidade humana está escorada na solidão do homem.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Sabedoria

Francisco Soto Mesa - 1.98.1 (1984)

Há aqueles  que andam à deriva e não sabem que rumo tomar, entregues à errância e à perdição. Outros traçam objectivos e, pela força da razão e da vontade, cumprem-nos. Os terceiros, porém, não estão perdidos, mas também não têm objectivos. Escutam e seguem uma voz que não sabem de onde vem nem para que terra os impele. É nestes que desce a sabedoria.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Aprender a escutar

Paul Ackerman - Discussão

A discussão e o debate são, por certo, virtudes da vida social e do espaço público. Fazem parte da harmonia social, onde a violência dos actos é substituída pela troca de palavras e ideias. Mas aquilo que é uma virtude social pode transformar-se num obstáculo para aquele que, concedendo ao mundo o que é do mundo, procura um caminho que vá para além dos negócios mundanos. Aqui a discussão perde o sentido e começa a dura disciplina da escuta. Aprender a escutar é então o essencial.