Johann Anton Castell, Lago di Como, 1841 |
Foi
fora de si que o homem descobriu a serenidade. Envolvido no turbilhão da
natureza, temeroso dos perigos que o assaltavam, não havia no coração humano um
lugar para a plácida tranquilidade. Tudo nele era fogo e inquietação. Encontrou
a serenidade no dia em que, tomado pelo eterno desassossego, estancou o olhar
nas águas paradas do grande lago. Nelas reflectia-se o céu, e ele abriu os
olhos de espanto. Esqueceu o perigo e desejou que todo o seu ser fosse um
enorme e sereno lago, onde nada encapelasse as águas.
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