Mostrar mensagens com a etiqueta Histórias sem nexo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Histórias sem nexo. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 15 de julho de 2025

Histórias sem nexo 37. Dores

Hendrick Ter Brugghen, Demócrito, 1628
Demócrito demonizava Doroteia. Desejava-a no dédalo da demência. Demandava-a deitada no divã. Dominava-o a dor do desdém, o duro desprezo da dulcíssima diva. Demónio, dizia, destroçado pelo desafecto. Doido, dardejou-a, destruindo-lhe o decoro no doce e divino domicílio.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Histórias sem nexo 36. Tragédia

Rafael Barradas, Jugadores de naipes, 1917

Trasíbulo e Trajano trocaram tratados, traficaram, nas trevas, com tribos de trogloditas, transformaram, às trindades, tragédias e trenódias no troar trambiqueiro das trupes de truões. Trapaceiros e trapezistas treinados na trave tremeluzente da traição.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Histórias sem nexo 35. Fatalidades

Francisco Suñer, A la fiesta, 1981
Na fonte à fábrica dos fanqueiros, Felisberto e Feliciana falavam de Fernando, filho de faustosa família, ferrado em Fez. Falta, fez? O fungo do flagelo e o fogo das ferozes forças forraram a fidelidade da fábula. Ficou a famosa fé e a ferida funesta do fado. Foi-se, frisou Felisberto. Forte frente à falida fraqueza dos fregueses, fundamentou Feliciana. Fim fatal.

domingo, 9 de março de 2025

Histórias sem nexo 34. Correrias e competições

Rafael Estrany, Cursa de cavalls
Correm cavalos como cães caídos no curso quente dos campos. Coligações de cavaleiros  compram os caros quesitos do campeonato. Cantam quebrados pelo calor. Compõem canções como se costurassem compostos químicos. Cumprem o calendário que do quebranto do Carnaval conduz à comoção da Quaresma: cavalos, cães, carros de competição no carbúnculo cravado na cruz do coração.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Histórias sem nexo 33. Cenas

Candido Portinari, Fumo, 1936 (Gulbenkian)

Severo e sem cerimónias, Severino sentou-se sem a Serena. Sebastiana seduzida cedeu ao Serafim. Uma secância sensual? Uma sedação sem a sensata seda de uma cefaleia? Cegos, Severino e Serena separam-se. Secos, Sebastiana e Serafim celebram. Cenas.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Histórias sem nexo 32. Tradições

Eduardo Nery, Estrutura Ambígua IV, 1969 (Gulbenkian)

Tristão de Trancoso trovejava na travessa, mas Tracy da Trácia trabalhava na tribo. Trancados por uma trave, trocaram tremoços e tremores, transformaram tratados em traições, treparam por trampolins e trepadeiras, se troavam os trovões, se trefegavam as trutas, as trufas e os tritões.

sábado, 27 de janeiro de 2024

Histórias sem nexo 31. Titilações

João Paulo, Desenho I, 1962 (Gulbenkian)

O til tirânico tirou uma tira de tiramisu. Tibúrcio, o tio tinhoso, tiritava na tina do Tivoli e a tia Tibéria titilava tíbia e sem tino. O titã do Tito tinha timbre de til na tigela, de onde tios e tias tiravam típicos tinidos sem timoneiro.


quinta-feira, 1 de junho de 2023

Histórias sem nexo 30. Calúnias

Joan Hernández Pijoan, Horizontal, 1984

Uma cândida e casta cabaça cabriolava no canteiro. Um cântico de cachaça. A caduca candeia carpia, se uma cabra cavava no caderno do capelão. Caramba, estes camelos cantam cada canção. Cabaças, cabras e camelos, eis os capatazes da capital ou os cátaros da capela, que, cantando, cabeceiam na carroça. Calúnias de camafeus.

sábado, 8 de abril de 2023

Histórias sem nexo 29. Pedras

Fernando Lemos, Pedras, 1949
Um prado pródigo de pedras. Uma praça próxima de pedras. Um prato pronto de pedras. Uma praga procaz de pedras. Um pranto profano de pedras. Uma praia pruinosa de pedras. Um prândio prudente de pedras. Uma prata proba de pedras. Prados, praças, pratos, pragas, prantos, praias, prândios, pratas, promessas de pedras pródigas, próximas, prontas, procazes, profanas, pruinosas, prudentes, probas.

domingo, 10 de abril de 2022

Histórias sem nexo 28. Cro-Magnons

Jacint Salvadó, Abstrait informel, 1967
Crisântemos para Creonte da Croácia, um cromo da c´roa. A Creusa sem creatinina cravou-se na creolina. Cristóvão, o criado, Crispim, o crispado. A Cristina sem crime e a Cristiana sem creme. Com crédito na cripta do croupier, creram-se crucificados na cruel cruz de Cronos. Uns Cro-Magnons, crocitaram o Crátilo e o Crisóstomo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Histórias sem nexo 27. Sem grinalda

Josep Guinovart, Agramunt IV, 1976

Grácil a Graciela, no grémio, grafou grande grosseria. Gregário, o Gregório grifou como um Graco. Grunhiu o Grimaldo, o grotesco, com a grua na greda, enquanto a grossa Griselda, em greve, greguejava com grima. Em grupo, a gripe grudou-os na gruta gris. Gritaram, grilaram, griparam, sem grinalda.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Histórias sem nexo 26. Irina e Irene

Vincent Van Gogh, Duas mulheres no bosque, 1882
Irra, Irina, não ias à igreja e imaginavas hibernar em ímpia hierarquia ou em impávido império, ó infeliz idólatra. A Irene, impoluta irmã, imiscuiu-se na hipertrofia da irresponsável ilusão e, com ímpeto, idealizou o isco para te impedir a impiedade, a ida hílare para o hiante inferno. 

sábado, 24 de abril de 2021

Histórias sem nexo 25. Urgências, usurpações e usucapião

Júlio dos Reis Pereira, Tarde de Festa, 1925
Urgência, um urso sem humor urina nas urtigas. Úrsula e Urraca urgiam em Unhais e um urubu uivava na Urqueira. Hum! Hum! Ululam os últimos Huguenotes. Humildade, humildade, Ursulina. Humaniza-te. Na hulheira, Humberto usurpa a hulha. Usucapião, usucapião, urrou utópico o Hugo. Uau, ufanou-se a Umbelina.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Histórias sem nexo 24. A galazia da Galateia

Salvador Dali, Galatea de las esferas, 1952

A galáctica Galateia gamou o gato do Gabriel. Gabou-se a gabarola. Ao Gamão gadanhou o Galileu. De gancho na gaforina, a ganapa gafou o Gamaliel, gaseou o Garcia. Gaseificou ao ser galada, na garagem, pelo galã do Galvão, um garibaldino ganancioso. Gaita, gaguejou gaveada.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Histórias sem nexo 23. O clã

Fernand Léger, Los acróbatas del circo, 1918

Cláudia, Clélia, Claudomiro e Clóvis, o clã dos clipes e dos cliques, o clã que clamou com o cláxon. Um clamor clongoroso. Clemência, clemência, só cleptómanos e cleptocratas. No clube, o clérigo, clemente, clonou o cloreto de cloro. O clã clandestino claudicou no clarão da clarabóia. Clop.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Histórias sem nexo 22. Festa

Francisco Bores, Personages à table, 1955

Os figos da figueira foram-se. No faval, febris as favas ficaram feiosas. Uma fada fadou a Fátima, que de felpuda fatiota falou: Ó Fernando, que falta de fé, filho. Finaram-se os figos, finaram-se as favas. A febre as fez, a fome os fanicou, farfalhou feliz a Felicidade. Uma festa.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Histórias sem nexo 21. Tresa, a trambiqueira

Albert Gleizes, Busto de mulher, 1920
Tresa, a trácia, trocou as trindades pelo trono. Uma treda, uma trêfega traidora. Troviscou sobre os trevos, as trufas e o tráfego. Um truão, no trovejo, troou: Tresa, ó trouxa da Trácia, truca, truca, senão troco-te, ó trambiqueira que te trombicaste.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Histórias sem nexo 20. Zenão e Zulmira

Francis Picabia, Animação, 1914

A zebra do Zenão zurra aos ziguezagues, a Zulmira, de zígnia, zabumba, zabumba. Se um zéfiro zune zelador sobre a zelosia dos zelotas, logo a zibelina do Zoroastro zuca com zelo no zombeteiro zumbido dos zonzos.
 

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Histórias sem nexo 19. A coéfora coralista

Eugène Atget, Boulevard de Strasbourg, Corsets, Paris, 1912
A coéfora comprou um coelho e de corpete, como uma coralista, contou como cogitou o contrato do comodoro colaborante. Era um coro de corpetes concebido num corpo de cólera. Cobre? Cobalto? Coral, disse o cónego, compra-se no comércio do comodoro, no covão do colibri ou no covil do cotim.  

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Histórias sem nexo 18. Um acrobata na Acrópole

Fernand Léger, Los acróbatas del circo, 1918

Acrescia, acrescentava, como um acrata, quase um acrânio. Acriançado, acreditava na acrasia, na acrimónia, na acracia. Ó acrílico acrense. Ó acromata acrofóbico. Ó acre acrobata, acrólito na Acrópole.