Mostrar mensagens com a etiqueta Histórias sem nexo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Histórias sem nexo. Mostrar todas as mensagens

sábado, 27 de janeiro de 2024

Histórias sem nexo 31. Titilações

João Paulo, Desenho I, 1962 (Gulbenkian)

O til tirânico tirou uma tira de tiramisu. Tibúrcio, o tio tinhoso, tiritava na tina do Tivoli e a tia Tibéria titilava tíbia e sem tino. O titã do Tito tinha timbre de til na tigela, de onde tios e tias tiravam típicos tinidos sem timoneiro.


quinta-feira, 1 de junho de 2023

Histórias sem nexo 30. Calúnias

Joan Hernández Pijoan, Horizontal, 1984

Uma cândida e casta cabaça cabriolava no canteiro. Um cântico de cachaça. A caduca candeia carpia, se uma cabra cavava no caderno do capelão. Caramba, estes camelos cantam cada canção. Cabaças, cabras e camelos, eis os capatazes da capital ou os cátaros da capela, que, cantando, cabeceiam na carroça. Calúnias de camafeus.

sábado, 8 de abril de 2023

Histórias sem nexo 29. Pedras

Fernando Lemos, Pedras, 1949
Um prado pródigo de pedras. Uma praça próxima de pedras. Um prato pronto de pedras. Uma praga procaz de pedras. Um pranto profano de pedras. Uma praia pruinosa de pedras. Um prândio prudente de pedras. Uma prata proba de pedras. Prados, praças, pratos, pragas, prantos, praias, prândios, pratas, promessas de pedras pródigas, próximas, prontas, procazes, profanas, pruinosas, prudentes, probas.

domingo, 10 de abril de 2022

Histórias sem nexo 28. Cro-Magnons

Jacint Salvadó, Abstrait informel, 1967
Crisântemos para Creonte da Croácia, um cromo da c´roa. A Creusa sem creatinina cravou-se na creolina. Cristóvão, o criado, Crispim, o crispado. A Cristina sem crime e a Cristiana sem creme. Com crédito na cripta do croupier, creram-se crucificados na cruel cruz de Cronos. Uns Cro-Magnons, crocitaram o Crátilo e o Crisóstomo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Histórias sem nexo 27. Sem grinalda

Josep Guinovart, Agramunt IV, 1976

Grácil a Graciela, no grémio, grafou grande grosseria. Gregário, o Gregório grifou como um Graco. Grunhiu o Grimaldo, o grotesco, com a grua na greda, enquanto a grossa Griselda, em greve, greguejava com grima. Em grupo, a gripe grudou-os na gruta gris. Gritaram, grilaram, griparam, sem grinalda.

quarta-feira, 2 de junho de 2021

Histórias sem nexo 26. Irina e Irene

Vincent Van Gogh, Duas mulheres no bosque, 1882
Irra, Irina, não ias à igreja e imaginavas hibernar em ímpia hierarquia ou em impávido império, ó infeliz idólatra. A Irene, impoluta irmã, imiscuiu-se na hipertrofia da irresponsável ilusão e, com ímpeto, idealizou o isco para te impedir a impiedade, a ida hílare para o hiante inferno. 

sábado, 24 de abril de 2021

Histórias sem nexo 25. Urgências, usurpações e usucapião

Júlio dos Reis Pereira, Tarde de Festa, 1925
Urgência, um urso sem humor urina nas urtigas. Úrsula e Urraca urgiam em Unhais e um urubu uivava na Urqueira. Hum! Hum! Ululam os últimos Huguenotes. Humildade, humildade, Ursulina. Humaniza-te. Na hulheira, Humberto usurpa a hulha. Usucapião, usucapião, urrou utópico o Hugo. Uau, ufanou-se a Umbelina.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Histórias sem nexo 24. A galazia da Galateia

Salvador Dali, Galatea de las esferas, 1952

A galáctica Galateia gamou o gato do Gabriel. Gabou-se a gabarola. Ao Gamão gadanhou o Galileu. De gancho na gaforina, a ganapa gafou o Gamaliel, gaseou o Garcia. Gaseificou ao ser galada, na garagem, pelo galã do Galvão, um garibaldino ganancioso. Gaita, gaguejou gaveada.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Histórias sem nexo 23. O clã

Fernand Léger, Los acróbatas del circo, 1918

Cláudia, Clélia, Claudomiro e Clóvis, o clã dos clipes e dos cliques, o clã que clamou com o cláxon. Um clamor clongoroso. Clemência, clemência, só cleptómanos e cleptocratas. No clube, o clérigo, clemente, clonou o cloreto de cloro. O clã clandestino claudicou no clarão da clarabóia. Clop.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Histórias sem nexo 22. Festa

Francisco Bores, Personages à table, 1955

Os figos da figueira foram-se. No faval, febris as favas ficaram feiosas. Uma fada fadou a Fátima, que de felpuda fatiota falou: Ó Fernando, que falta de fé, filho. Finaram-se os figos, finaram-se as favas. A febre as fez, a fome os fanicou, farfalhou feliz a Felicidade. Uma festa.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Histórias sem nexo 21. Tresa, a trambiqueira

Albert Gleizes, Busto de mulher, 1920
Tresa, a trácia, trocou as trindades pelo trono. Uma treda, uma trêfega traidora. Troviscou sobre os trevos, as trufas e o tráfego. Um truão, no trovejo, troou: Tresa, ó trouxa da Trácia, truca, truca, senão troco-te, ó trambiqueira que te trombicaste.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Histórias sem nexo 20. Zenão e Zulmira

Francis Picabia, Animação, 1914

A zebra do Zenão zurra aos ziguezagues, a Zulmira, de zígnia, zabumba, zabumba. Se um zéfiro zune zelador sobre a zelosia dos zelotas, logo a zibelina do Zoroastro zuca com zelo no zombeteiro zumbido dos zonzos.
 

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Histórias sem nexo 19. A coéfora coralista

Eugène Atget, Boulevard de Strasbourg, Corsets, Paris, 1912
A coéfora comprou um coelho e de corpete, como uma coralista, contou como cogitou o contrato do comodoro colaborante. Era um coro de corpetes concebido num corpo de cólera. Cobre? Cobalto? Coral, disse o cónego, compra-se no comércio do comodoro, no covão do colibri ou no covil do cotim.  

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Histórias sem nexo 18. Um acrobata na Acrópole

Fernand Léger, Los acróbatas del circo, 1918

Acrescia, acrescentava, como um acrata, quase um acrânio. Acriançado, acreditava na acrasia, na acrimónia, na acracia. Ó acrílico acrense. Ó acromata acrofóbico. Ó acre acrobata, acrólito na Acrópole.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Histórias sem nexo 17. A vibrátil viagem

José Caballero, Dos personajes en un automóvil, 1920

O Vanderlei e a Valquíria vão de viagem ver o venerado vigário. Viajam ora velozes ora vagarosos. Vêem no vinho vida viciosa, desses vultos vulcânicos, dessas víboras valdevinas, desses vermes verrumantes. Ao vento, vibram na visão dos vales. Ó Vanderlei, ventilou a Valquíria, verificaste se veio o velhaco do vibrador? Vrum, Vrum, e, no velho Volvo, lá vão volteando na via virtuosa.
 

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Histórias sem nexo 16. Uma história em erre

Salette Tavares, O Rato Roeu, 1979

Ruminam os ruminantes, rumina a Rute, rumina o Rui. Roem os roedores, rói a Rosa, rói o Roque. Riem os risíveis, ri a Rita, ri o Ricardo. Remam os remadores, rema a Regina, rema o Renato. Ramalham os ramos, ramalha a Raquel, ramalha o Rafael. Ah a raiva rente ao rio roda na rua.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Histórias sem nexo 15. A vespa verde

Jacint Salvadó, Abstrait Informel, 1965

Verde, a vespa veio de véspera. Era Verão e o vento, vindo veloz e voraz, varreu o vespeiro. Vomitada do violento vórtex, violada e vil, viu a veraz verdade. Na vetusta varanda, virou-se no vidro, vincou o veludo e verteu violência que nem víbora vesga ou verónica violeta.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Histórias sem nexo 14. Um cravo no Creonte

Ricardo da Cruz-Filipe, Ordre des visibilités, 1988
Cristo! Credo! Cravaram-me um cravo. A creolina, a creolina? A criada crente na crónica deixou o crumble e o croché. Num crosse pegou na cruz e como numa cruzada crocitou ai o meu Creonte, o que lhe fez o crápula do crupiê. Ai cruzes, cravo-lhe a crista numa cratera.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Histórias sem nexo 13. Bruxas de branco

Alexey Titarenko, Untitled, (White Dresses), St. Petersburg, Russia, 1995
De Bruna e de Brigite, as bravias bruxas de branco, brotavam brioches, broas e brócolos. Brutais, brocavam braços, braçadeiras e braceletes. Brandiam no breu, a toda a brida, brocados e brúgias. Ó brumas de bromato. Ó bramir da breca. Ó brometo de bruxedos. 

domingo, 6 de setembro de 2020

Histórias sem nexo 12. Sílfide

Olavo d'Eça Leal, sem título, 1931
Serena, Sílvia sentou-se. De súbito, a saia subiu. Seda ou cetim? Sem o saber, saltou do assento e saiu para o sacrifício do sol. Da sombra, sussurraram: Sílvia, Sílvia. Silêncio. Seria a Sílvia? Seria a Sara, a Selma, a Silvana, a Sofia, a Susana? Só uma sinuosa e singela sílfide.