Constant Puyo, Chant Sacré, 1899 |
A combustão interior da alma, o desejo em forma de canto eleva-se acima da condição terrestre e paira suspenso entre as esferas celestes. São palavras que já não são palavras, mas o murmúrio dos pássaros ou dos anjos, o lento fluir do vento na folhagem das árvores. As faces velam-se para protegerem quem para elas olha. A luz intensa vindo do fundo do ser anima-as, é uma prova de vida e um perigo de morte. A cada instante, trazido pela fluida aguarela das vozes, sente-se o halo divino, uma presença tecida no nada das coisas materiais, uma promessa nascida do fogo das vozes que cantam.
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